quarta-feira, 24 de julho de 2019

O ELEFANTE ACORRENTADO


  
O elefante acorrentado 

Quando eu era criança, adorava o circo, e o que mais gostava de ver eram os animais. O elefante era o que mais me chamava a atenção. Durante o espetáculo, aquele animal enorme fazia uma demonstração de peso, tamanho e força descomunais… mas depois da apresentação, ele ficava amarrado por uma das patas com uma corrente presa numa pequena estaca cravada no chão.
Embora a corrente fosse grossa e resistente, me parecia óbvio que o elefante, capaz de arrancar uma árvore pela raiz com sua força, poderia facilmente arrancar a estaca e fugir.
O mistério era evidente: por que ele não fugia?
Quando eu tinha 5 ou 6 anos e ainda confiava na sabedoria dos adultos, perguntei a um professor sobre o mistério do elefante. Ele me explicou que o animal não fugia porque era adestrado.
– Se é adestrado, por que o acorrentam? – perguntei.
Não me lembro de ter recebido qualquer resposta coerente. Com o tempo, esqueci um pouco essa história e só me lembrava dela quando encontrava alguém que tinha a mesma dúvida que eu.
Há alguns anos conheci uma pessoa sábia o bastante para dar uma resposta: o elefante do circo não foge porque sempre esteve preso a uma estaca parecida com essa – desde muito pequeno.
Fechei os olhos e imaginei o elefante recém-nascido preso à estaca. Tenho certeza de que naquele momento o elefantinho empurrou, puxou e suou, tentando se soltar. E, apesar de tanto esforço, não conseguiu.
A estaca certamente era forte demais para ele.
Eu poderia jurar que ele dormiu, exausto, e no dia seguinte fez tudo de novo, e também no seguinte, e no seguinte… Até que um dia aceitou sua impotência e resignou-se ao seu destino.
Esse enorme e poderoso elefante que vemos no circo não escapa porque acha que não pode. Ele tem o registro e a lembrança de sua incapacidade, aquela que sentiu logo depois de nascer. O pior é que nunca mais voltou a questionar isso.
E jamais tentou pôr sua força à prova novamente.
– É isso aí, Demián. Todos somos um pouco como esse elefante do circo: vivemos amarrados a muitas estacas que nos tiram a liberdade. Acreditamos que "não podemos" um monte de coisas, simplesmente porque alguma vez, quando éramos crianças, tentamos e não conseguimos. Então fizemos o mesmo que o elefante. Gravamos na memória um registro de incapacidade e repetimos "Não posso… Não posso e nunca poderei".
Fiquei olhando para ele, calado.
– Crescemos carregando essa mensagem que nos impusemos e nunca mais voltamos a tentar – disse ele. – No máximo, sentimos os grilhões e, de vez em quando, fazemos soar as correntes ou olhamos para a estaca e confirmamos o estigma: "Não posso e nunca poderei!"
Jorge fez uma longa pausa; depois se aproximou, sentou-se no chão à minha frente e concluiu:
– Isso é o que acontece com você. Você vive condicionado pela lembrança de que outro Demián, que já não existe, não conseguiu. A única maneira de saber se você pode agora é tentar novamente, usando todo o seu coração… Todo o seu coração.
Após a leitura vale a pena refletir sobre quantas dessas correntes permanecem em nossa vida.


VídeoO elefante acorrentado 


domingo, 21 de julho de 2019

REDAÇÃO

Como fazer uma Redação

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Vídeos: Como fazer uma redação



                                            

Principais Tipos de Redação

1. Dissertação

A dissertação é um texto argumentativo em que o escritor disserta sobre determinado assunto, porém sempre com um teor opinativo. O texto dissertativo é pautado na exposição de ideias, argumentos e ponto de vista do locutor. Apresenta uma estrutura básica dividida em três partes: introdução (tese), desenvolvimento (antítese) e a conclusão (nova tese).

Exemplo de Dissertação

Páscoa é a festa espiritual da libertação, simbolizada por objetos incorporados em nossas vidas como o ovo de páscoa, que está ligado a um ritual egípcio e, por conveniências comerciais, ganhou seu lugar nas festividades do Domingo de Páscoa assim como outra tradições que surgiram do anseio popular (a malhação do Judas em Sábado de Aleluia).
Mas, a verdadeira Páscoa está narrada em Exodus e depois a Nova Páscoa está descrita no Evangelho de Jesus Cristo como a vitória do Filho do Homem. A primeira Páscoa da História foi celebrada pelos hebreus no século 13 a.C. para que todos lembrassem que Moisés, com a ajuda do Senhor, salvou o seu povo das mãos do Faraó. Assim, o cordeiro foi o sinal de aliança e o anjo podia saber quem estava com Javé ou Jeová.
E com a ceia vieram os pães ázimos sem fermento e as ervas amargas comidas com o cordeiro pelos hebreus com os cinturões cingidos aos rins, prontos para ir embora do Egito, ao amanhecer. Depois temos o anúncio do Cordeiro de Deus por João Batista e a revelação do Filho do Homem até a sua crucificação e a Ressurreição. Somente a partir deste período, os cristãos das catacumbas começam a usar o Ovo como símbolo de vida nova, além do que depois do jejum da Quaresma e da Semana Santa era o alimento para a preparação da festa, entre 22 de março a 25 de abril, variando de ano para ano.
A origem das tradições pascais variam de civilização a civilização e de tudo que pode ser incorporado como os ovos egípcios ganhou afeição dos teutônicos e na China, na Festa da Primavera, distribuíam ovos coloridos. Os missionários trouxeram o costume que se ocidentalizou-se e a Igreja concordou e oficializou no século XVIII.
No mundo todo, a cerimônia religiosa da Páscoa varia conforme as tradições e costumes, mas seus significados de Libertação e Vida Nova ainda são traduzidos nas festividades pascais e nas suas formas de comemorações até mesmo com a malhação do Judas no Sábado de Aleluia e a Missa de Páscoa de Domingo, tudo faz parte da civilização cristã ocidental e da história da vida, morte, paixão e ressurreição de Cristo narrada no Antigo e Novo Testamento.

2. Descrição

descrição é um texto baseado na exposição/relato de objetos, pessoas, lugares, acontecimentos. Por isso, a descrição está pautada na narração minuciosa na qual o locutor oferece uma impressão sobre algo. A descrição pode ser objetiva (descrição direta, simples, concreta) ou subjetiva (quando há emoção presente).
Exemplo de Descrição
Este é o técnico da seleção: Um homem de cabelos esbranquecidos pela vida de futebol e por demais atacado pela calvície e possuidor de um temperamento contestador mas audaz em sua decisão de levar o Brasil ao título do Pentacampeonato tão almejado por um Povo de autenticidade futebolística e técnicos de coração verde e amarelo que bradam e vivem a vitória e a derrota de cada etapa num grito eufórico de gol !

3. Narração

A característica mais marcante da narração é que neste tipo de texto o locutor conta ou narra um fato, uma história. Por este motivo, os elementos básicos de uma narração são: enredo, tempo, espaço e personagens. Ela é feita por meio de um narrador, o qual pode ser narrador personagem (1ª pessoa), narrador observador (3ª pessoa) ou narrador onisciente (1ª e 3ª pessoa). Não obstante, o narrador personagem participa da história enquanto o narrador observador não participa da história. Já o narrador onisciente conta a história em 3ª pessoa e pode intervir na narrativa por meia da 1ª pessoa.

Exemplo de Narração

Vai iniciar mais uma partida de mais um clássico de futebol. E parece que o dia está claro para um jogo jamais visto em todo este campeonato. É o Brasil buscando o nosso Pentacampeonato contra a Jamaica. Vai ser dado o chute inicial e o jogo vai começar... Vai, Brasil !
                                                  https://www.todamateria.com.br/redacao/


Vídeo sobre os tipos de redação


                                         

Coerência

coerência é uma característica muito importante do texto e está intimamente relacionada à significação do tecido textual. Por isso, devemos levar em consideração os três princípios básicos para que um texto seja coerente:
  • Princípio da Não Contradição (ideias que se contradizem);
  • Princípio da Não Tautologia (repetição excessiva de palavras ou ideias);
  • Princípio da Relevância (textos que não se relacionam). É a relação lógica entre as ideias de um texto, fazendo com que umas complementem as outras e não se contradigam. Com isso, forma um "todo" significativo, que é o texto.

Coesão

Do verbo coerir, ou seja, unir, ligar, a coesão do texto está pautada na utilização correta dos conectivos. Muito importante lembrar que um texto não é um emaranhado de frases e, por este motivo, a coesão é uma característica fundamental para tornar o texto coesivo. Ela é a conexão harmoniosa entre as partes do texto, do parágrafo e da frase. São muitos os conectivos de um texto e sua utilização dependerá da ideia a ser transmitida. Há conectivos de prioridade, tempo, semelhança, condição, adição, dúvida, ênfase, surpresa, esclarecimento, lugar, conclusão, finalidade, causa e consequência, explicação, oposição ou ideias alternativas. Estes elementos coesivos estabelecem a conexão entre os termos. São eles:

Vídeo sobre Coesão e Coerência