quinta-feira, 11 de abril de 2019

LITERATURA - ROMANTISMO



ROMANTISMO

O Romantismo foi um movimento artísticopolítico e filosófico surgido nas últimas décadas do século XVIII na Europa que durou por grande parte do século XIX. Caracterizou-se como uma visão de mundo contrária ao racionalismo e ao iluminismo[1] e buscou um nacionalismo que viria a consolidar os estados nacionais na Europa. Inicialmente apenas uma atitude, um estado de espírito, o romantismo toma mais tarde a forma de um movimento, e o espírito romântico passa a designar toda uma visão de mundo centrada no indivíduo. Os autores românticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejos de escapismo. Se o século XVIII foi marcado pela objetividade, pelo iluminismo e pela razão, o início do século XIX seria marcado pelo lirismo, pela subjetividade, pela emoção e pelo eu.

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https://pt.wikipedia.org/wiki/Romantismo

                                               
No entanto, se necessário compreender a diferença entre: 
 Movimento artístico Romantismo - nasceu da necessidade de ruptura com o ideário aristocrático e clássico que dominava as sociedades até o século XVIII pregando valores sociais, estéticos que constituíam verdades absolutas. O rompimento com tudo o que compunha o clássico era a tônica central desse movimento. 
Sentimento romântico - é o sentimento que atinge a maioria das pessoas quando estão apaixonadas. O qual é um sentimento inerente ao ser humano, ou seja, existe desde o princípio da humanidade, e é uma característica pessoal. Há pessoas que agem movidas pelos sentimentos, são mais românticas e outras são racionais, não se deixam dominar por sentimentalismos. 


 Contexto histórico

Os principais fatos históricos que se relacionam com o Romantismo são:
 O Romantismo é decorrente de uma profunda transformação ideológica, sociocultural e econômica que atingiu as sociedades europeias principalmente no século XVIII: o Iluminismo abrindo caminho para o conhecimento pleno, o desenvolvimento científico explorando campos até então não conhecidos. Numa análise mais cuidadosa, essa revolução se originou embrionariamente com o advento das grandes navegações, a mudança das relações econômicas e o aparecimento de uma economia urbana propiciando a gradativa ascensão da burguesia e, na mesma proporção, a decadência da aristocracia. Isso ocorre nos séculos XVI, XVII e se fortifica com a Revolução Francesa no final do século XVIII, com os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade.   

Confira na tabela abaixo as diferenças entre o Classicismo e o Romantismo:

Romantismo: Características e Contexto Histórico
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Características do Romantismo

Como já falamos, no período romântico o ser humano queria se libertar da visão objetiva trazida pelo Iluminismo. Por isso, as obras literárias têm as seguintes características:

Liberdade de criação e de expressão

O que importa, nesse movimento, não são as regras externas. As obras têm o objetivo de retratar e valorizar o eu, o indivíduo. Por esse motivo, os autores se sentem em total liberdade para expressarem seus sentimentos e visão de mundo da forma como desejam.

Nacionalismo

Muitas obras exaltam os feitos dos heróis nacionais. Para isso, elas resgatam o passado histórico das nações, principalmente o período medieval. Também é comum a valorização da pátria. Um exemplo clássico é o do poeta Gonçalves Dias que, quando estava em Portugal, escreveu a Canção do Exílio. Os versos mais conhecidos são:
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Religiosidade

Mais uma vez, uma característica do Romantismo mostra uma reação aos valores do Iluminismo. Se o racionalismo considerava a religião uma inimiga, o espírito romântico exalta o cristianismo como consolo diante das frustrações impostas pela vida real. Mais do que isso, no Romantismo o cristianismo é a causa da ingenuidade e a crença que inspira ações nobres e virtuosas.

Valorização da natureza

O autor romântico é fascinado pela natureza. Ele descreve as paisagens exóticas e usa, também, essa característica para exaltar sua nação. Voltando à Canção do Exílio, o poeta afirma:
Nosso céu tem mais estrelas
Nossas várzeas têm mais flores
Nossos bosques têm mais vida
Nossa vida, mais amores.
Além disso, o autor romântico transforma a natureza em uma personagem que reflete o eu. Portanto, ela assume as emoções, como tristeza, e esbanja exuberância diante da alegria e das conquistas do indivíduo.

Valorização das emoções

A ênfase nas emoções pessoais é uma das principais características do Romantismo. O autor expressa não só os sentimentos dos personagens, mas sua própria percepção das situações e da vida.

Individualismo, egocentrismo

Para os autores românticos, eles e seus sentimentos estão no centro do universo. Seus desejos, paixões e frustrações são mais importantes do que os acontecimentos do entorno ou do mundo. É o microcosmos se sobrepondo ao macrocosmos.

Pessimismo

Os autores românticos frequentemente se deparam com a impossibilidade de realizar os desejos do seu “eu”. Como resultados, eles demonstram angústia, solidão, desespero, tristeza e frustração. Esse estado de espírito é conhecido como o “mal do século”. Por isso, o final de muitas obras românticas traz a saída encontrada pelos autores para essa tristeza e angústia. Morte, suicídio (como em Romeu e Julieta), fuga para a natureza ou a pátria são os escapes possíveis para esse mal.

Escapismo

O romantismo é marcado também pela fuga de uma realidade que o autor (ou personagem) não consegue suportar. A causa dessa frustração vem do contexto histórico: a Revolução Francesa promoveu mudanças, mas que não satisfizeram os desejos do homem. Dessa forma, ele sente a necessidade de escapar da realidade. Essa fuga pode acontecer por meio da morte ou suicídio ou na busca por um mundo utópico e perfeito, presente apenas no passado histórico. Por isso, eles resgatam fatos heroicos, principalmente do período medieval.

Idealismo

O autor romântico tem uma visão idealizada do mundo. A realidade, para ele, é desesperadora. Porém, a pátria, a mulher e o amor são vistos não da forma como são, mas como ele acredita que deveriam ser. Por isso, a pátria é sempre perfeita. A mulher (virgem, frágil, bela e submissa), além dessas características, é inatingível. O amor é espiritual, geralmente inalcançável e a causa de grande sofrimento.
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Romantismo em Portugal
Em Portugal, o Romantismo surge no século XIX. Temendo a invasão francesa, em decorrência do Bloqueio Continental, em 1808 a corte portuguesa havia se transferido para o Brasil dando início a um trabalho de reestruturação do país, o que começou a propiciar a independência dessa sua colônia, que ocorreu finalmente em 1822. O início do Romantismo em Portugal é marcado com a publicação, em 1836, de A Voz do Profeta, de Alexandre Herculano, sendo na sequência lançada a primeira revista romântica portuguesa, o Panorama, em 1837. Embora em 1825 tenha sido publicado Camões, obra de Almeida Garret, pode-se datar a o início do Romantismo a partir de 1836. Isso porque somente na sequência da obra de Alexandre Herculano tenham surgido outras obras com as características do novo estilo literário, considerando-se a obra de Garret uma obra de estreia e singular desse período histórico. O Romantismo é marcado por três gerações. Citamos seus principais autores e respetivas obras:

Primeira Geração Romântica Portuguesa

Almeida Garret escreveu teatros (O Alfageme de Santarém, D.Filipa de Vilhena, A Sobrinha do Marquês, Frei Luís de Sousa) novelas (O Arco de Sant’Ana e Viagens na Minha Terra) e poesias (Camões, Lírica de João Mínimo, Flores sem Fruto, Folhas Caídas).
  • Precursor do Romantismo em Portugal, com a obra Camões;
  • Apesar disso ele não se intitulava nem clássico nem romântico e, de fato, suas criações como poeta, prosador e dramaturgo estavam longe do sentimentalismo exagerado que caracteriza o típico escritor romântico.
Alexandre Herculano escreveu poesias (O Soldado, A Vitória e a Piedade, Tristezas do Desterro, O Mosteiro Deserto, A volta do Proscrito), romances (O Bobo, Eurico, o Presbítero, O Monge de Cister), lendas e narrativas (A Abóbada, O Bispo Negro, Dama Pé de Cabra), historiografia (Apontamentos para a História dos Bens da Coroa e Forais, História de Portugal).
  • A característica principal de suas obras é a historiografia, o relato da história de Portugal;
  • Sua principal obra é Eurico, o Presbítero, que fala sobre a figura do Clero, destacando o amor proibido, além da retomada do poder de Portugal.
Antônio Feliciano de Castilho escreveu Escavações Poéticas, Crônica Certa e Muito Verdadeira da Maria da Fonte, Tosquia de um Camelo, Ajuste de Contas.
Oliveira Marreca, economista, escreveu um dos primeiros tratados de economia em Portugal, intitulado Noções Elementares de Economia Política, entre outros vários artigos sobre a mesma ciência.

Segunda Geração Romântica Portuguesa

Camilo Castelo Branco escreveu Inspirações, Um livro, Ao Anoitecer da Vida, Pundonores Desagravados, Delitos da Mocidade, Murraça, Esboços de Apreciações Literárias, Curso de Literatura Portuguesa, O Eco Nacional, O Nacional, Amor de Perdição, Queda de Um Anjo, A Bruxa do Monte Córdova, A Mulher fatal.
  • Foi o primeiro autor a ganhar a vida com a Literatura. Ele vivia dela, e escrevia sobre temas que seriam lucrativos para ele. É considerado o criador da novela passional portuguesa, isto é, das histórias que envolvem a paixão;
  • Sua obra mais conhecida, e de maior destaque como novela passional, é Amor de Perdição.

Terceira Geração Romântica Portuguesa

Júlio Diniz escreveu As Pupilas do Senhor Reitor, Uma Família Inglesa, A Morgadinha dos Canaviais, Os Fidalgos da Casa Mourisca, Serões na Província.
  • Em sua obra não há o clima de tragédia e fatalismo que marca, por exemplo, a novela passional de Camilo Castelo Branco. Ainda que fale de amor e paixão, fala de um jeito mais simples e, no final, os mal entendidos se esclarecem e tudo se resolve. Sua obra possui um ar de otimismo e esperança;
  • Obra mais conhecida, inclusive com grande repercussão no Brasil: As Pupilas do Senhor Reitor.
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Romantismo no Brasil

   O início do Romantismo no Brasil é classificado pela chegada da família real, em 1808. É um período de grande e intensa urbanização, que permite a divulgação de um campo livre de ideias para as novas tendências europeias. O romantismo no Brasil é influenciado pelas ideias liberais da Revolução Francesa e a Independência dos EUA. Ao mesmo tempo, o país caminhava rumo à própria independência. São os ideais que fazem crescer, após 1822, o nacionalismo, o retorno ao passado histórico, a valorização das coisas da terra e a exaltação da natureza. As obras consideradas como marco do Romantismo no Brasil são a Revista Niterói e o livro de poesias Suspiros Poéticos e Saudades, que foram publicadas em 1836 por Gonçalves Magalhães.
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Romantismo no Brasil - Poesia


poesia romântica brasileira é aquela que foi produzida durante o período do Romantismo no Brasil. Além da prosa, nesse período teve destaque a poesia romântica. Vale lembrar que esse termo pode ser utilizado para as poesias que envolvem a subjetividade do eu-lírico e seus aspectos românticos. lembrando que o  Romantismo no Brasil inicia-se no ano de 1836, tendo como marco inicial a obra Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães. Didaticamente, na poesia, dividimos o movimento em três gerações: a primeira, nacionalista (1836 a 1852); a segunda, conhecida como ‘mal do século’(1853 a 1869); e a terceira, marcada pelo condoreirismo (1870 a 1880) .

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Caraterísticas da Poesia Romântica

Cada período romântico no Brasil apresenta suas peculiaridades sobretudo, no conteúdo da produção literária. Veja abaixo as principais características da poesia romântica em cada fase:

Primeira Geração


  • Busca da identidade Nacional (nacionalismo)
  • Índio como herói brasileiro (indianismo)
  • Exaltação da natureza
  • Retorno ao passado

Da Primeira Geração Romântica merecem destaque os poetas:
Gonçalves Dias 
Biografia    
Gonçalves Dias foi um dos maiores poetas da primeira geração romântica do Brasil. Canção do Exílio  é um dos poemas mais emblemáticos do escritor. Publicado em 1857, nesse poema Gonçalves Dias expressou a solidão e a saudade que sentia da sua terra quando esteve em Portugal.

Canção do Exílio

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá;

As aves, que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,

Nossas várzeas têm mais flores,

Nossos bosques têm mais vida,

Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,

Mais prazer encontro eu lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,

Que tais não encontro eu cá;

Em cismar — sozinho, à noite —

Mais prazer encontro eu lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,

Sem que eu volte para lá;

Sem que desfrute os primores

Que não encontro por cá;

Sem qu'inda aviste as palmeiras,

Onde canta o Sabiá. 
(Gonçalves Dias)


Gonçalves de Magalhães

Biografia   

Araújo Porto Alegre 
 Biografia 



Segunda Geração


  • Individualismo e egocentrismo
  • Eu-lirico pessimista
  • Temas de amor, morte, medo.
  • Fuga da realidade

Da Segunda Geração romântica merecem destaque os poetas:


Álvares de Azevedo

Biografia 

Escritor brasileiro da segunda geração do romantismo (1853 a 1869), chamada de “geração ultrarromântica” ou “mal-do-século”. Essa denominação faz referência aos temas escolhidos pelos escritores desse período: acontecimentos tristes e trágicos, desilusões, amores não correspondidos, mortes, dentre outros. Merece destaque a antologia poética “Lira dos Vinte Anos”, única obra que o poeta preparou para publicação, e que foi somente publicada em 1853.
OBRA: Lira dos Vinte Anos

Clique no LINK para acessar a obra.  
Confira abaixo um dos poemas que compõem a obra mais emblemática de Álvares de Azevedo: “Lira dos Vinte Anos”:

Minha Desgraça

Minha desgraça, não, não é ser poeta,

Nem na terra de amor não ter um eco,

E meu anjo de Deus, o meu planeta

Tratar-me como trata-se um boneco...

Não é andar de cotovelos rotos,

Ter duro como pedra o travesseiro...

Eu sei... O mundo é um lodaçal perdido

Cujo sol (quem mo dera!) é o dinheiro...

Minha desgraça, ó cândida donzela,

O que faz que o meu peito assim blasfema,

É ter para escrever todo um poema,

E não ter um vintém para uma vela.
(Álvares de Azevedo)

Casimiro de Abreu 

Biografia  





Terceira Geração

  • Poesia social e libertária
  • Erotismo e pecado
  • Negação do amor platônico

Da Terceira Geração Romântica merecem destaque os poetas:
Castro Alves  
 Biografia 
Em função do alto envolvimento com a causa abolicionista, Castro Alves ficou conhecido popularmente como “O poeta dos escravos”. No qual, sem dúvida, "O Navio Negreiro", obra de 1868, é uma das grandes peças de representação lírica do movimento abolicionista, em que está dividida em seis partes e se encontra dentro da obra Os Escravos. Antes de receber o nome, foi chamada, também, de Tragédia do Mar. Observe um pequeno trecho da referida poesia: 
O Navio Negreiro
Para acessar a poesia completa clique no LINK: 
 Sousândrade 
 Biografia 


Romantismo no Brasil - Prosa

No Brasil, o desenvolvimento da prosa romântica é paralelo ao desenvolvimento da imprensa no país, que foi introduzida em 1808. Antes da vinda da Corte ao Rio de Janeiro, Portugal não permitia o desenvolvimento e a introdução da imprensa aqui no Brasil. A atividade passou a ser desenvolvida somente com a vinda da Corte portuguesa ao Brasil, em 1808, que exigiu o desenvolvimento da colônia para atender ao seu modo de vida. Com o desenvolvimento da imprensa, criou-se um público leitor que impulsionou um grande número de publicações em folhetins, formato que permitiu o surgimento e desenvolvimento da prosa romântica, que, ao lado da poesia, formaram toda a produção literária romântica. É importante colocar que, pelo fato da produção em prosa ter surgido no Romantismo, o nome romance é comumente associado ao movimento, muitas vezes sendo sinônimo de folhetim e de histórias românticas. No entanto, nem todo o romance é romântico/do Romantismo, uma vez que romance é apenas uma palavra que designa um gênero literário narrativo em prosa que teve vários desdobramentos ao longo do tempo.

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Principais características


O romance romântico, mais do que as poesias, queria responder e atender aos questionamentos sobre a identidade nacional. A prosa romântica tinha o intuito de redescobrir o Brasil, trazendo à tona e reconhecendo todos os espaços que o compunham, não só exaltando uma característica nacional, como a poesia fazia. Era comum a presença do flashback, uma volta ao passado para explicar um fato do presente. O sentimentalismo era mais visível, uma vez que toda prosa romântica tem histórias de amor que tentam quebrar barreiras, terminando no casamento ou na morte (quando o amor não era possível). Essa idealização de um amor que quebra barreiras traz à tona a ideia de que o amor é a única forma das personagens se purificarem. O conflito narrativo na prosa romântica também tinha a idealização de um herói, no entanto, apesar da coragem, da postura idealista e do desejo de justiça e moral, este herói esta inserido no contexto do romance ao qual pertence, podendo também ser uma heroína. O sentimento das personagens e os conflitos destes são mostrados na prosa e há também uma ideia muito forte de bem x mal, verdade x mentira, moral x imoral.
 Ou seja, de maneira mais sucinta, as principais caraterísticas do Romantismo na prosa  no Brasil: 
  • Nacionalismo
  • Estética nativista
  • Exaltação da natureza
  • Idealização do índio como figura nacional, europeizado e quase medieval
  • Temas históricos
  • Resgate de lendas
  • Contato do índio com o europeu colonizador

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Tipos de romances
Temos quatro tipos de romances no movimento: o indianista, histórico, regional e urbano e era bem comum que os escritores da prosa do período caminhassem entre os vários tipos.

Romance indianista


O romance indianista traz à tona a vida, cultura, crença e costumes indígenas. O índio surge como herói, representando o Brasil e o brasileiro, sendo corajoso, heróico, forte, idealizado. Há uma valorização da natureza e o espaço onde ocorre a narrativa remete ao natural, à paisagem brasileira.

Exemplos de romances indianistas


José de Alencar O Guarani (1857), Iracema (1865), Ubirajara (1874).


Biografia 


https://www.soliteratura.com.br/romantismo/romantismo12.php


Romance histórico


O romance histórico traz o retrato de costumes de uma época passada, sendo um relato que muitas vezes mistura ficção e realidade.

Exemplos de romances históricos


José de AlencarAs Minas de Prata (1865), Guerra dos Mascates (1873). É importante saber que romances indianistas também podem ser considerados históricos.

Romance urbano


Os romances urbanos são os mais lidos até hoje. Em sua grande maioria, este tipo no Romantismo narrava uma história que geralmente ocorria nas capitais, na alta sociedade. Funcionava como crítica aos costumes, mostrando a sociedade e os interesses desta em uma determinada época. Os heróis e heroínas deste romance faziam ou não parte desta alta sociedade e tinham que superar várias barreiras para a felicidade e a realização do amor e do casamento (que redimia as personagens de todo o mal e imoralidade que elas pudessem ter), tal como nos outros tipos de romances românticos.

Exemplos de romances urbanos


José de Alencar: Cinco Minutos (1856), A viuvinha (1860), Lucíola (1862), Diva (1864), A pata da gazela (1870), Sonhos d'ouro (1872), Senhora (1875), Encarnação (1893).

Joaquim Manuel de Macedo: A Moreninha. 

Biografia 


Manuel Antônio de Almeida: Memórias de um Sargente de Milícias. 

Biografia



Romance regionalista


Por fim, temos o romance regionalista, passado em ambiente rural, mostrando costumes, valores e cultura típica de uma região. Este tipo de romance trazia um maior conhecimento do Brasil sobre si próprio, uma vez que voltava seu olhar pra regiões diferentes do Brasil, trazendo à tona sua diversidade. Neste cenário rural há um herói do campo, sertanejo, alguém que pertence à sua terra e é o retrato desta. É bravo e honrado, preza a moral e os costumes de seu ambiente, colocando-se contrário às liberalidades da cidade e dos homens de lá. É importante ressaltar que não há tensão social no romance romântico regionalista, sendo este apenas um retrato regional de costumes, sem críticas.

Exemplos de romances regionalistas


 José de AlencarO gaúcho (1870), O Tronco do Ipê (1871), Til (1872), O Sertanejo (1875).

Bernardo GuimarãesEscrava Isaura.

Biografia: 


Franklin TávoraO Cabeleira

Biografia


Visconde de Taunay Inocência- considerada a obra-prima da literatura regionalista romântica.

Biografia 



Primeiro romance abolicionista brasileiro

 de autoria feminina


Úrsula, romance de Maria Firmina dos Reis, foi escrito em 1858 e pode ser considerado o primeiro romance abolicionista brasileiro de autoria feminina. A escritora é um exemplo de mulher que teve acesso à educação, mesmo sendo afro-brasileira. Dessa forma, pode-se dizer que a educação foi a forma encontrada para que a autora manifestasse sua visão crítica quanto à sociedade em que vivia. Maria Firmina dos Reis ainda impressionou a comunidade em que viveu fundando uma escola mista, algo inédito para a época. Ao publicar Úrsula, pela primeira vez em 1859, a autora, Maria Firmina dos Reis, assinou com o pseudônimo “Uma Maranhense”, estratégia muito utilizada por mulheres naquela época, por várias razões, entre elas porque deviam ficar com mais liberdade para expressar suas idéias, sem se preocupar tanto com as opiniões da sociedade. No caso de Maria Firmina, as novas idéias eram não somente sobre a condição feminina, mas também sobre a condição do negro. A obra possui um narrador em terceira pessoa que inicia a narrativa mostrando ao leitor a paisagem exuberante onde se passará a história. Utiliza uma linguagem poética, por meio da qual a ambientação natural é vista em quase toda a obra, salvo algumas exceções em que se mostra o pequeno vilarejo. A protagonista vive nesse ambiente natural passado no campo, mas algumas cenas ocupam lugar em um pequeno povoado de nome Vila dos Guimarães, no Maranhão. 
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https://www.soliteratura.com.br/romantismo/romantismo19b.php

http://www.letras.ufmg.br/literafro/autoras/322-maria-firmina-dos-reis


http://www.letras.ufmg.br/literafro/autoras/29-critica-de-autores-feminios/321-um-olhar-sobre-o-romance-ursula-de-maria-firmina-dos-reis-critica




ATIVIDADES 

1. Assista ao vídeo: 

100 anos sem Maria Firmina dos Reis


2. Na atualidade, como é a inserção da mulher escritora na sociedade? 

3. E da mulher escritora negra?

4. Cite 2 nomes de escritoras brancas.

5. Cite 2 nomes de escritoras negras.   

13. Leia o poema: Canção do Exílio e responda: 

13.1. O que é exílio?
________________________________________________
13.2. Caracterize o eu lírico do poema.
________________________________________________

13.3. No poema, o eu lírico compara a terra natal com a terra onde está exilado. Que elementos são utilizados nessa comparação?

a) sociais                           b) naturais                        
c) econômicos                   d) políticos

13.4. A distância da terra natal provoca no eu lírico
a) Tristeza                        b) Desespero                    
c) Angústia                        d) Saudade

13.5. Ao se referir à terra natal, o eu lírico apresenta uma imagem
a) Realista                                   b) Racional                        
c) Idealizada                                 d) Imparcial

13.6. Quais os principais temas característicos do Romantismo apresentados nesse poema?
_______________________________________________

13.7. Nos versos “Em cismar, sozinho à noite/ Mais prazer encontro eu lá”, destaca-se a característica romântica:

a) exaltação da natureza            
b) valorização da cultura popular
c) escapismo
d) crítica social

13.8. Apresenta um apelo o verso

a) “Minha terra tem palmeiras”
b) “Que tais não encontro eu cá”
c) “Nosso céu tem mais estrelas”
d) “Não permita Deus que eu morra”

13.9. Revela-se no poema um tom de
a) lamento                  b) humor                     
c) ironia                      d) rancor



14.UFSE - Na estrofe a seguir, de Álvares de Azevedo, revela-se um traço forte de sua poesia, a:
“Quando junto de ti sinto às vezes
Em doce enleio desvairar-me o siso,
Nos meus olhos incertos sinto lágrimas…
mas da lágrima em troca eu temo um riso!”
a) idealização da amada, retratada como musa etérea, solene e distante;

b) projeção da própria morte, a um tempo temida e desejada;
c) sátira impiedosa, pela qual se rebaixa a linguagem ao plano do cômico;
d) insegurança amorosa, por temor de que a realidade rechace o devaneio lírico;

e) força material do cotidiano, expressa num detalhismo quase realista.

15. U.E. Ponta Grossa-PR “Se eu morresse amanhã”, com certeza, é um dos poemas mais lembrados de Álvares de Azevedo.
“Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!
Que sol! Que céu azul! Que doce n’alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã…
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!”
Nele estão contemplados temas recorrentes em sua poesia e na estética romântica, como:
01.a exaltação de sentimentos pessoais, com desespero e pessimismo;
02.a análise crítica e científica dos fenômenos sociais brasileiros;
04.o desajustamento do indivíduo ao meio social, que conduz à dor, à aflição e à busca da solidão;
08.a valorização de elementos ligados à natureza, em poesia simples, pastoril, bucolicamente ingênua e inocente.
16. A morte como alívio para o “mal-do-século”.  Leia um trecho do poema de Castro Alves “O Navio Negreiro”, poeta da terceira geração do romantismo, colocando verdadeiras ou falsas para as alternativas:

O navio negreiro
V
Senhor Deus dos desgraçados! 
Dizei-me vós, Senhor Deus! 
Se é loucura... se é verdade 
Tanto horror perante os céus?! 
Ó mar, por que não apagas 
Co'a esponja de tuas vagas 
De teu manto este borrão?... 
Astros! noites! tempestades! 
Rolai das imensidades! 
Varrei os mares, tufão!
Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós 

Mais que o rir calmo da turba 
Que excita a fúria do algoz? 
Quem são? Se a estrela se cala, 
Se a vaga à pressa resvala 
Como um cúmplice fugaz, 
Perante a noite confusa... 
Dize-o tu, severa Musa, 
Musa libérrima, audaz!...
São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz. 

Onde vive em campo aberto 
A tribo dos homens nus... 
São os guerreiros ousados 
Que com os tigres mosqueados 
Combatem na solidão. 
Ontem simples, fortes, bravos. 
Hoje míseros escravos, 
Sem luz, sem ar, sem razão. . .
São mulheres desgraçadas,
Como Agar o foi também. 

Que sedentas, alquebradas, 
De longe... bem longe vêm... 
Trazendo com tíbios passos, 
Filhos e algemas nos braços, 
N'alma — lágrimas e fel... 
Como Agar sofrendo tanto, 
Que nem o leite de pranto 
Têm que dar para Ismael.
(...)
a) ( ) O eu lírico expressa um sentimento de revolta à escravidão e ao tráfico de seres humanos.
b) ( ) Há uma crítica ao comportamento submisso dos escravos.
c) ( ) Castro Alves foi um poeta que se destacou por meio da denúncia social, expressa em seus poemas.
d) ( ) O poema épico “O Navio Negreiro” é marcado pelo pessimismo, a revolta e o valor da morte, algumas características da terceira geração do Romantismo.
e) ( ) o sentimento nacionalista está presente no poema ao apresentar uma idealização do Brasil por alguém que está exilado.

OBRAS EM DIÁLOGOS 

O Grupo O Rappa, na canção "Todo camburão tem um pouco de navio negreiro" dialoga com o poema do poeta condoreiro.


O cantor e compositor Lenine se inspirou na nos personagens Peri e sua amada Ceci - do romance de José de Alencar "O Guarani". 


                                                 

1. Qual é o tema principal de cada vídeo? 

2. Nos dias de hoje, como são vivenciadas as questões abordadas nos vídeos? 

3. Quais as suas sugestões, para cada tema abordado nos vídeos, sobre a inclusão de fato das pessoas na sociedade?

Assista aos Vídeos sobre o ROMANTISMO














MOMENTO DE LEITURA !  

OBRA: AMOR DE PERDIÇÃO 

OBRA: A MORENINHA 

OBRA: IRACEMA 

OBRA: MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS 

OBRA: ESCRAVA ISAURA 

OBRA: INOCÊNCIA 


APÓS A LEITURA DAS OBRAS - PREENCHA A FICHA DE LEITURA

1. Nome da Obra. 

2. Autor/Autora.

3.Número de Páginas.

4. Editora.

5. Ano de publicação pela editora.

6. Ano/período de criação da obra.

7. Personagens principais.

8. Personagens secundários.

9. Qual é o período literário, e a que tipo(s) de romance a obra pertence.

10. Mencione algum/alguns fragmento(s) que comprova(m) o tipo de romance a que a obra pertence.

11. Qual é o foco narrativo utilizado na obra.

12. Mencione fragmento(s) da obra que comprava(m) o foco narrativo da obra. 

13. Escreva a estrutura narrativa da obra: 

Introdução 

 Conflito

 Clímax 

 Situação final/desfecho

14- Faça um comentário sobre a obra. 

Desejo bom trabalho a tod@s!